sábado, 2 de abril de 2011

Ninguém sabe ninguém viu

A conduta desrespeitosa da maioria dos políticos brasileiros para com a sociedade nos deixa cada vez mais indignados. A omissão, os malabarismos, as negociatas e artimanhas arquitetados por eles para enganarem o povo estão presentes tanto nos poderes legislativo quanto no executivo e impera nas esferas, municipal, estadual e federal. É o jogo do faz de conta para conciliar os interesses políticos!
Para nós, que levamos a informação nos deparamos muitas vezes em situação complicada, pois ao mesmo tempo que fazemos uma entrevista de grande interesse público sobre iniciativas e projetos de parlamentares e membros do executivo, somos forçados a noticiar logo em seguida, atitudes vergonhosas daqueles que nos prometem tomar medidas que melhorem a qualidade de vida da nossa gente.
Este nosso posicionamento independente muitas vezes dá má interpretação sobre a postura editorial dos veículos e jornalistas. Situação recente com nossa reportagem. Cumprindo nosso papel de informar, ao apurar a pauta da revista Rondosaúde, sobre o caos na saúde pública em Rondônia, nossa equipe entrevistou a deputada Glaucione Neri pelo fato de ser ela uma parlamentar ligada ao setor, além de ter sido secretária municipal de saúde de Cacoal.
Muito louváveis foram as colocações e apontamento de sugestões para melhorar os serviços da saúde pública, mas depois pasmem! A gente se vê obrigado, em nosso dever de publicar no Correio de Rondônia nota sobre o seu possível tráfico de influência para favorecimento de empresas de sua família para fornecimento de oxigênio aos órgãos públicos. Esperamos também, que o Ministério Público apure o caso.
Ainda dentro do caos da saúde pública, as declarações de mandatários senadores e deputados de que nada sabiam deixam qualquer um com nojo. Pois das duas uma: ou não sabiam realmente ou estão mentindo com suas notas e discursos falaciosos. Agora fica difícil saber qual é a pior, pois se sabiam, não estão cumprindo o seu papel de ser representantes do povo, e para isso ganham altíssimos salários e desfrutam de uma de muitas mordomias. Já na segunda hipótese, que é o óbvio, todos tinham conhecimento, mas calaram o “bico” pra evitar conflitos de interesse próprios das negociatas entre os poderes e escalas governamentais. Uma vergonha!
As coisas vão chegando num ponto que parece não haver mais trigo no meio do joio, e não há quem se atreva a colocar “a mão no fogo” por político algum. Ao bem da informação vamos continuar nossa luta dentro das limitações que um jornal periódico independente de poucas páginas permite, mas disposto a cumprir seu papel que é o de divulgar a verdade lídima e transparente, doa a quem doer, embora tenhamos de enfrentar a fúria de alguns deputados inescrupulosos que utilizam da suas atividades parlamentares e com seus discursos afiados tentam coibir a liberdade de expressão e de opinião, no intuito de saírem como vítimas de suas atitudes suspeitas e vergonhosas ao invés de estarem trabalhando em favor do povo.

Leila Cunha
Editora

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