terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fechamento de Supermercados aos domingos gera conflito


Quando se fala de fechamento de estabelecimentos comerciais de produtos e serviços essenciais aos domingos é certo que sempre vai gerar polêmica por vir a tona também os conflitos de interesses e dificilmente chega a um consenso unânime.
Diante destes impasses, o ideal seria adotar o sistema democrático, onde a decisão da maioria prevalece sobre os demais. Ou seja, deveria ser assim, tanto nos grandes centros urbanos ou nas pequenas cidades do interior: o que e que decidisse a maioria dos envolvidos na questão deviria ser respeitados.
Dentro deste contexto que envolve interesses da coletividade, insere-se a abertura de supermercados e mercearias aos domingos. Comércio de produtos de primeira necessidade. Faça chuva ou faça sol, feriados ou finais de semana, dependemos deles. Entretanto de um lado estão os interesses do consumidor, do outro está o daquele funcionário ou proprietário que também tem o seu direto ao descanso semanal, de passear, de descansar de ir a igreja , entre outras atividades que o vida do ser humano requer.
É justamente neste ponto de interesses que geram os conflitos. Para resolve-los o assunto deve ser colocado na pauta e discutidos e as decisões respeitadas. Preocupado com esta situação e cobrado pelo seguimento o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Nova Brasilândia–ACEBRAS,Iziel Mendes,procurou o chefe do executivo de Nova Brasilândia D’Oeste, Valcir Silas Borges, para conversar sobre o assunto. “Naquela ocasião, Silas me afirmou que não poderia atender um pedido individual meu, ma se houvesse uma assembléia e a maioria decidisse por isso, ele tomaria as decisões que competissem aos poder executivo para que a vontade da maioria fosse respeitada.
Segundo o presidente, depois da conversa, ele fez os procedimentos para garantir a legalidade da questão em debate. O prefeito Silas então foi consultado sobre o assunto, e afirmou estar de acordo com o fechamento do comércio aos domingos, desde que a decisão partisse de uma maioria. Desta forma, os empresários reuniram-se e ficou decidido que todo o comércio deste segmento deverias fechar aos domingos. No primeiro momento, o prefeito acatou a decisão democrática dos empresários, inclusive obecendo a decisão de fechamento no último domingo 05/12.
Porém, conta Iziel, no domingo subsequente, veio os conflitos. “Acontece que, o Flavinho ex-chefe de gabinete do prefeito Silas que abriu um mercadinho recentemente, apadrinhado e parceiro político do atual prefeito, mostrou-se contrário ao fechamento destes estabelecimentos aos domingos. Numa atitude antidemocrática e com características de autoritarismo o prefeito Silas voltou atrás em sua decisão e contrariando os princípios democráticos, não somente autorizou o funcionamento do estabelecimento do seu ex-funcionário, como também desafiou a decisão da maioria dos comerciantes do ramo”. Indignou-se.

Impasse
– Diante da situação, o presidente da Acebras, inconformado com a atitude do chefe do executivo local, procurou o apoio de vereadores para que estes elaborem um projeto de lei com a finalidade de proibir a abertura de empresas deste seguimento aos domingos.
“Não é de se estranhar a atitude de Silas Borges, pois como ele mesmo disse uma vez, “palavras o vento leva, o que vale é o que está escrito”, isso demonstra o a falta de compromisso com a vontade da maioria, isso significa sacrificar todos para defender os interesses de seu apadrinhado. Acima de tudo é uma atitude de desrespeito”, desabafou Iziel.
O Correio de Rondônia foi a ruas e perguntou qual seria a solução para o impasse, uma vez que existem determinadas situações em que realmente fazem falta de um mercado aberto aos domingos, a exemplo do gás de cozinha, entre outras coisinhas mais. Pra a maioria o ideal será que se elabore e aprove uma lei na Câmara de vereadores Porque para que os supermercados funcionem aos domingos e regime de plantão, assim como são as farmácias
Para os consumidores principais interessados, pelo número de supermercados e mercearias, daria uma escala folgada, para descanso de quem trabalha assim como a população não ficaria desassistida. Pra facilitar a vida da população todas estas unidades comerciais deveriam afixar em locais visíveis, bem como publicar em outras formas de comunicação a empresa plantonista nos respectivos domingos.
Na data do fechamento desta edição, nossa reportagem não conseguiu contato com o prefeito Valcir Silas Borges para comentar o assunto.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Irrigação: perigos e vantagens

Apontada como a solução do problema por técnicos e agricultores, antes de optar pela irrigação, alguns aspectos devem ser observados e alertam para os riscos ambientais. “Se por um lado ela resolve o problema por outro ela pode provocar impactos ambientais irreversíveis. O processo de irrigação por aspersão é a menos recomendada, porque desperdiça muita água, com maior possibilidade de criar outros problemas piores como o favorecimento no desenvolvimento de algumas doenças, risco de selamento da superfície do solo, entre outros.
“A irrigação por gotejamento é a mais indicada porque, o volume de água necessário é bem menor e o efeito é o mesmo, com a vantagem, de causar menos danos ao meio ambiente.”
Assunto complexo, que técnicos e engenheiros agropecuários por envolver dois lados às vezes inconciliáveis, o mercado e o meio ambiente, preferem expressar no anonimato. Mas a maioria admite que para melhorar a produtividade dos cafezais sem prejudicar o meio ambiente, é preciso investir em tecnologias de menor impacto ambiental.
Procedimento que deve começar pelo preparo de mudas sadias fazendo catação em vários pés na lavoura, ou então buscar sementes melhoradas em órgãos de pesquisas. Outro ponto fundamental é melhorar a estrutura física, química e biológica do solo, através da adubação orgânica. Um solo fértil, fornecerá condições ideais planta se torna sadia e produtiva. Outra questão fundamental é manutenção de tratos culturais da lavoura, como a poda, controle de pragas e doenças, quebra-ventos. Outra imprescindível é de consorciar a área com vários tipos de plantas, resultando um sombreamento da lavoura, evitando as plantas da exposição direta ao sol e ventos fortes. Lembrando que este sombreando não poderá ultrapassar 10%.
Este interesse, porém, deve partir primeiramente do interesse do produtor, que aliado ao apoio com as políticas públicas, principalmente á uma assistência técnica adequada e específica de cafeicultura, apoio a infraestrutura de processamento, apoio a comercialização e logística. Desta forma potencializaríamos a produtividade e a qualidade do produto desde a colheita dos grãos e até a industrialização, consolidando um mercado muito mais forte no estado.

Chuvas insuficientes comprometem safra 2011

A safra de café para o ano vindouro está comprometida e deve ser menor do que a de 2010 que fecha com a maior safra da história, permanecendo como maior produtor de café da região norte, garantindo ainda o 4º lugar na produção do ranking nacional, ficando atrás somente dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, de acordo com informações da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater).
Já na produção do conilon (Coffea canephora), a mais cultivada por melhor se adaptar às condições ecológicas de Rondônia, safra “elevou o Estado à categoria de segundo maior produtor dessa variedade no País”.
Mas estas posições privilegiadas no ranking da cafeicultura estão ameaçadas, de acordo com agricultores e empresários do ramos de compra e venda. Segundo ele estas colocações em detrimento do potencial produtivo do estado ainda é baixa. O motivo, é, entre outros fatores, poda inadequada, as altas temperaturas registradas no período de floração, acrescidos e falta de análise do solo e pouca utilização de tecnologias e insumos pelo produtor.
Problema agravado em 2010 pela insuficiência de chuvas na ocasião da flora. Fator que pode provocar a redução na colheita de 2011. “Sem a quantidade de água necessária grande parte das plantações de café não vingou e deve representar uma queda substancial na produção”, comenta um cafeicultor.
No Estado, as maiores produções estão nos municípios de Cacoal, São Miguel do Guaporé, Alta Floresta do Oeste, Nova Brasilândia do Oeste, Alto Paraíso e Ministro Andreazza que, juntos, respondem por metade da produção estadual. Estas regiões foram duramente castigadas com a falta de chuvas. Desfavorecimento da natureza que poderia ser amenizado com a irrigação das lavouras. Recurso pouco utilizado na região. Os agricultores reclamam que faltam programas de incentivo para área de cafeicultura.
A maioria dos cafeicultores entrevistados por nossa reportagem admite que os bancos até dispõem de linhas de créditos para fomentar o setor, mas dois agravantes dificultam a aplicação deste processo.
No geral, falta ainda campanha de esclarecimento e informação direta ao agricultor para ajudá-lo a compreender as vantagens em relação aos riscos e o excesso de burocracia e exigência que acabam desestimulando e até fazendo o pequeno produtor a desistir de pleitear um financiamento e até mesmo substituir lavouras de café por outras agriculturas. de menor riscos de mercado.


Efeitos colaterais

Como o café é a cultura de maior expressão socioeconômica do estado com a participação de 35 mil agricultores, de acordo coma Emater, esta previsão pode estender ainda mais as suas consequencias. Na avaliação de Rudimar, se esta redução da safra acontecer de forma isolada, provavelmente ela influenciará na cotação do café que está ligado a outros fatores do mercado, mas por outro lado deverá atingir o bolso do pequeno produtor com uma colheita menor.
Em conseqüência disso, o comércio local deve sofrer o reflexo desta queda no segundo semestre do próximo ano. Com menos dinheiro circulando no mercado, obviamente a economia fica desestimulada e a tendência é queda nas vendas.

Trovejou, energia acabou!


A vulnerabilidade do sistema de energia elétrica é tão absurda que chega a ser uma falta de respeito que a empresa Eletrobrás Distribuição Rondônia (Ceron) tem com os consumidores. Se na época das secas as oscilações de energia já são um grande problema para a população, ao chegar à estação chuvosa a situação piora com a interrupção constante do fornecimento de energia por longas horas em diversas regiões do estado.
Basta uma pequena ameaça de chuva para acontecer os apagões, muitas vezes na área urbana e rural, simultanea ou isoladamente. Infortúnio que não se restringe à população do interior. Em Porto Velho, o problema se repete com a mesma frequência e dezenas de bairros ficam horas sem energia e em alguns casos, até mais de 24 horas.
As consequencias não se restringem ao desconforto da falta de energia, mas traz também prejuízos à população e ao comércio em geral. Equipamentos eletrônicos por mais potentes que sejam não resistem a tais “picos” de energia. A Ceron até se prontifica a fazer vistoria e laudo dos equipamentos e caso se comprove que a causa do “estrago” foi mesmo de queda de energia elétrica, poderá restituir o prejuízo ao consumidor. Situação que pode levar meses pra resolver. Muitos casos vão parar na justiça e a demora ainda pode ser maior.
Admilson Guizolfe está entre as dezenas de vítimas pelo estado a fora. Ele teve dois computadores queimados há cerca de um ano em um dos tais “picos ” e até hoje não foi indenizado pelos prejuízos. “Tive que acionar a justiça mais até agora o processo não foi julgado”, afirma.
Outra vítima mais recente é Wilson Batista dos Santos (Douglas), morador do setor 15. Durante uma chuva no dia 20 de outubro, a rede próxima a suas residência fechou um forte circuito chegando a pego fogo, detonando vários equipamentos de sua casa. Entre eles, uma televisão, um aparelho de som, um DVD e o receptor da parabólica. “Procurei a Ceron que fez uma vistoria nos equipamentos mas já se passaram quase dois meses e nem reposta da empresa eu tenho se vão ou não me restituir o prejuízo”, diz.
Douglas acrescenta ainda que “seu vizinho Darci também teve equipamentos queimados, mas nem se deu ao trabalho de reclamar já que a demora tira a paciência de qualquer cristão”.


Prejuízos também para o comércio
Os prejuízos não param por ai. Eles atingem até o comércio local. “São vários os problemas”, comenta um consumidor que prefere preservar a identidade por ser comerciante. “ Nestas horas, as operadoras de telefonia, saem do ar, consequentemente as provedoras de internet também. E o comerciante que trabalha com frios e bebidas, perde vendas e mercadorias. Isto acontece de forma constante quando ficamos horas sem energia. O pior ainda é quando queima uma geladeira e freezer e a gente não tem condições de comprar outra pra substituir e nem previsão de receber indenização para repor o seu eletrodoméstico, contabilizamos prejuízo muito maior ainda”, fala desabafa indgnada outra vítima.
Os consumidores reclamam ainda da falta de canal de comunicação com a empresa neste momento. Acontece que a central de atendimento, (o tal call Center) da empresa fica no Rio de Janeiro dificultando a interação entre atendentes e consumidores. Por haver chamadas de todo o estado, o sistema parece ficar congestionado, porque muitas vezes as pessoas ligam e o telefone emite apenas o sinal de chamada ou cai no atendimento eletrônico, ou talvez eles ignoram as ligações.
A promotoria de justiça já abriu Inquérito Civil Público, segundo matéria publicada recentemente no site oficial do Ministério Público de Rondônia para apurar os fatos. Em sua defesa a empresa concessionária alega que as ligações clandestinas são as principais causas destas quedas porque sobrecarregam as redes elétricas.
Se estas clandestinidades existem de fato, a Ceron precisa cumprir o seu papel e tomar as medidas cabíveis, porque não é justo que os inocentes paguem pelos pecadores. E senão é esta a realidade, que o Ministério Público exija a prestação dos serviços de qualidade conforme prevê a Lei e os direitos do consumidor. A população espera ansiosa pelo desfecho da questão.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mais renda e qualidade de vida no campo


A preocupação mundial com a produção de alimentos de forma sustentável e ecologicamente responsável e a melhoria da qualidade de vida no campo nos últimos anos fez nascer também a necessidade da união dos governos e ONGs para a adoção e desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o setor e a busca contínua de interação com as comunidades por meio do associativismo e o cooperativismo.
Partindo desta premissa, a Fundação Banco do Brasil, SEBRAE e o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria de Programas Regionais, uniram-se para fazer a diferença através de um trabalho articulado com comunidades de baixa renda, contribuindo para a inclusão econômico- social e proporcionando um salto de qualidade de vida de forma integrada e sustentável por meio do PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável).
Em Rondônia, o projeto vem sendo desenvolvido pela COOCARAM – Cooperativa dos Produtores Rurais Organizados para Ajuda Mútua, em parceria com o Projeto Pe. Ezequiel, Projeto Terra Sem Males e demais organizações sociais, bem como algumas prefeituras. De acordo com o coordenador do Projeto, Adalto Costa, em 2009 foram 200 unidades implementadas e até março de 2012 mais 200 unidades serão instaladas, das quais 25 contemplarão a região do Vale do Guaporé.
Nos dias 15, 16 e 17 de novembro último, a equipe do PAIS esteve em São Miguel do Guaporé, na linha 94 para implementação de mais uma unidade desta tecnologia social PAIS . Na ocasião cerca de 60 produtores participaram das palestras e aprenderam as técnicas de adubação e plantio sem agressão ao meio ambiente. Adalto Costa explica que entre as principais objetivos do PAIS estão a de garantir a segurança alimentar das famílias, reduzir a dependência de insumos vindos de fora da propriedade, diversificar a produção, utilizar com eficiência e racionalização os recursos hídricos, alcançar a sustentabilidade em pequenas propriedades, produzir em harmonia com os recursos naturais e aumento da capacidade de produção para comercialização aumentando a renda destas famílias . “Muito importante também são os benefícios ligados a saúde em alimentação mais rica e sem agrotóxico”, salientou.
Ele acrescentou ainda que o alcance desses objetivos só é possível devido à iniciativa e à criatividade dos produtores rurais e do incentivo de instituições capazes de fomentar e articular ações que gerem sustentabilidade. “Daí entram as associações locais para fazer este elo de interação de acordo com as necessidades e particularidades de mercado de cada região ou cidade”, completou.
Na opinião do Felisberto Fabian, presidente da Associação São Miguelense para Ajuda Mútua (ARSAPAM), entidade proponente do projeto, o PAIS vem atender e estimular a aspiração de pequenos produtores que buscam fazer uma agricultura sustentável, sem uso de produtos tóxicos mas não tem as técnicas necessárias. “Esta ação nos permite fazer isto aliada a preocupação de preservar o meio ambiente, integrando técnicas simples e já conhecidas por muitas comunidades rurais”, observou. Autora:Leila Cunha


Superando desafios
O PAIS parte do princípio de que o mundo vive imerso em valores ditados pela globalização e pelo neoliberalismo econômico, em uma pequena fatia privilegiada da humanidade imperam o consumo e a corrida pela alta produtividade sem a devida preocupação com as conseqüências desse processo, especialmente a degradação ambiental.
Na outra parte do mundo, onde sobrevive a maioria da população de nosso planeta, a realidade é bem diferente. Muitos enfrentam um processo degradante de retirada de seu sustento até mesmo dos lixos urbanos, situação que se repete diariamente deixando que o ser humano perca a esperança e a dignidade.
Diversas políticas públicas vêm sendo desenvolvidas para combater essa triste realidade. Mas ainda há muito que se fazer para que seja erradicado o problema da miséria em nosso país. Pensar uma política que resolva definitivamente a questão da fome e da pobreza significa partir de idéias e princípios que respeitem a vida, os hábitos e costumes da população e principalmente garantam a sustentabilidade das comunidades de baixa renda. Autor: www.integracao.gov.br/programas/programasregionais

Serviço: Maiores informações podem ser adquiridas pelo e-mail adalto@coocaram.com.br/paisrondonia@hotmail.com
Telefones: COOCARAM – 69 3422 2469 - PPE 69 3416 4200

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cooperativismo agrícola: pode ser o caminho para pequenos agricultores



Por Leila Cunha

A cada dia mais o cooperativismo vem ganhando força no Brasil. Os diversos segmentos econômicos que encamparam o sistema, entre eles o da agricultura vem se deslanchando gradativamente e aos poucos ganhando forças.
Em Rondônia, embora o cooperativismo agrícola em Rondônia ainda esteja engatinhando, este o caminho para melhoria da produção e do preço de milhares de pequenos produtores no estado, principalmente os cafeicultores que amargam os baixos preços nestes últimos anos que se organizados em cooperativas poderiam no mínimo amenizar este impacto pelas vantagens exercidas pela entidade.
Uma delas é quanto ao preço conseguido. Se o agricultor fosse vender o produto isoladamente, teria pequeno poder de negociação, enquanto que, a cooperativa, juntando os produtos de vários agricultores, ampliando o poder de negociação. “Dois fatores básicos contribuem diretamente para isso: o volume de produtos para negociação e o conhecimento de mercado que muitas vezes o agricultor não consegue obter de forma isolada”, explica o Tecnólogo de Gestão de cooperativas, Rudmar Tietz. Mesmo tendo a cotação ligada ao mercado de valores, argumenta ele, a cooperativa, tem como buscar também em conjunto com outras federadas do mesmo segmento uma imposição mais forte.
Outra facilidade das cooperativas está na obtenção de linhas de créditos. A entidade cooperativista trabalha com informações estratégicas, o que facilita a captação de recursos, inclusive com subsídios do governo e prazos maiores. A irrigação das lavouras de café, por exemplo, já está provado que aumenta o percentual de produção em até 40%, mas as dificuldade de acesso ao crédito limitam a sua implementação. Diante disso, as pequenas cafeiculturas irrigadas no estado não chegam a 20% da sua totalidade.

Novas oportunidades: novas economias: geração de renda
Junto com estes benefícios, mais um nicho de mercado vem sendo ampliado: trata-se da industrialização dos produtos agrícolas pelas cooperativas. Grande parte destas entidades antes restritas a comercialização, passaram também a industrializar, aumentando o valor agregado dos produtos. “A grande vantagem deste mercado industrializado é sua contribuição para o desenvolvimento econômico regional, pela geração de emprego e aumento da renda per capita da sua população”, evidenciou.
Entretanto apesar de já ter sido comprovado o sucesso desta modalidade de sociedade, a maior barreira, ainda na opinião de Rudimar está na dificuldade do próprio agricultor aderir ao sistema. “O agricultor tem receio de aderir a entidade cooperativa, por ver nela uma forma de sociedade de negócio de risco, porque ele vai entregar sua produção a direção da cooperativa para ela negociar por ele”, explica o empresário. O importante, acrescenta ele, é que os agricultores procurem formar suas cooperativas, ou aderirem-se a uma já existente, quando formada por pessoas enraizadas e de credibilidade na cidade. Ele lembra também ser indispensável a participação ativa de todos nas reuniões, cursos, assembléias e decisões, desta forma, ficar a par de todas as negociações e movimentações financeiras da entidade. “Meu maior sonho é que o agricultor em geral e os presidentes de associações se unam em torno desta idéia, e a cooperativa rural se torne realidade”, evidenciou.

O cooperativismo e o agronegócio no Brasil

O agronegócio é responsável por 33% do PIB nacional, 37% de todos os empregos e pela quase totalidade do superávit na balança comercial, o cooperativismo ainda está voltado para o mercado interno, com algumas exceções. As 1.519 cooperativas do setor agropecuário congregam 940 mil agricultores associados, ou seja, 20% do total estimado de agricultores brasileiros (4,7 milhões de propriedades). Em dezembro de 2003, a participação das cooperativas agrícolas brasileiras na produção agrícola da soja, principal commodity de exportação da área, era de 29,4%. Com relação à capacidade estática de armazenagem da produção agrícola, as cooperativas comportam 23,6% das 89,5 milhões de toneladas Além disso, a distribuição geográfica é irregular. As cooperativistas concentram-se nas Regiões Sul (29%) e Sudeste (55%). No Nordeste, há 8% do total de cooperativas. A Região Centro-Oeste, onde o agronegócio apresenta alto índice de desenvolvimento, participa com apenas 6% deste total, sendo seguida pela Região Norte, com 2%.
Como todo segmento, o cooperativismo, mesmo no agronegócio, ainda sofre com a dificuldade de acesso ao sistema financeiro e ao crédito. Além disso, a gestão, de uma forma geral, ainda não é profissionalizada na dimensão necessária. Por isso, novas formas de fortalecer a capacidade de organização da produção do setor agrícola e de incentivo ao associativismo estão em gestação. O Ministério da Agricultura, por exemplo, elaborou o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e industrialização de matéria-prima administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e permite a captação de recursos a taxas e prazos mais vantajosos. Fonte: Ministério da Agricultura.

Afinal, o que são cooperativas agrícolas?

São entidades agrícolas formadas por agricultores ou microempresários agrícolas com o mesmo objetivo. Alguns apenas para de entregam dos seus produtos para venda, e após vendidos os produtos eles recebem o valor da sua venda em função do preço e volume.As cooperativas agrícolas desempenham um importante papel socioeconômico. No meio rural, o cooperativismo tem a seu favor também a capacidade de organização da produção (originação). Articuladas em núcleos, as cooperativas formam lotes de produtos para armazenamento, processamento e distribuição, conseguem melhores preços e reduzem os custos.

Matéria publicada na 4ª edição impressa do Correio de Rondônia.

Comprar no comércio local é contribuir para o desenvolvimento de sua cidade


Quando falamos em valorizar o que é nosso, estamos referindo não apenas a propriedades de interesses individuais e particulares. Na verdade, muitos empreendimentos que são de fato privados de forma direta ou indireta trazem benefícios para a coletividade.
Neste contexto, o comércio local se insere de forma dinâmica contribuindo para o desenvolvimento da região e de uma cidade. O empresário Rudmar Tietz , explica que isto acontece de forma sistêmica, em uma relação de dependência entre os setores produtivos - comércio, indústria e a agropecuária.
Na verdade tudo funciona em uma cadeia produtiva, onde a agricultura e a pecuária, é o início deste ciclo virtuoso, que extrai da terra os alimentos que abastecem as cidades, tanto no mercado local, regional, nacional e até o externo. “Na outra ponta do triângulo está o comércio que por sua vez gera divisas locais. A geração de emprego por meio da utilização de mão de obra local é o principal fator para manter o dinheiro circulando na cidade movimentando a economia”, pontuou.
Por outro lado, a indústria segmento preponderante para o desenvolvimento e sustentabilidade econômica, ainda pouco presente em nosso município e região, trás por conseqüência a estagnação da economia local, e acaba provocando a evasão de divisas. Ou seja, grande parte das nossas riquezas produzidas aqui vai pra fora. “Assim sendo, o dinheiro que poderia estar circulando no comércio, gerando emprego para o filho do sitiante que vem pra cidade estudar estará no bolso de outras pessoas”, acentua Tietz.
Para o empresário Rudmar Tietz, para alavancar o desenvolvimento local Nova Brasilândia e outros municípios vizinhos, é preciso ações concretas do poder público no sentido de potencializar nossa base econômica, a agropecuária e, paralela e simultaneamente, implementar a agroindustrialização. Além disso, destaca ele, é indispensável a adesão do produtor , do pequeno empreendedor a esta nova realidade do mundo globalizado, onde o preço da nossa produção está condicionada ao mercado externo.
Rudmar cita ainda três pontos vitais para a sustentabilidade de um município: a união dos setores produtivos, a formação de cooperativismo na agricultura com vistas a abertura de novas oportunidades econômicas, e a valorização do que é daqui, privilegiando o comércio local na hora de fazer suas compras.