sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Trovejou, energia acabou!


A vulnerabilidade do sistema de energia elétrica é tão absurda que chega a ser uma falta de respeito que a empresa Eletrobrás Distribuição Rondônia (Ceron) tem com os consumidores. Se na época das secas as oscilações de energia já são um grande problema para a população, ao chegar à estação chuvosa a situação piora com a interrupção constante do fornecimento de energia por longas horas em diversas regiões do estado.
Basta uma pequena ameaça de chuva para acontecer os apagões, muitas vezes na área urbana e rural, simultanea ou isoladamente. Infortúnio que não se restringe à população do interior. Em Porto Velho, o problema se repete com a mesma frequência e dezenas de bairros ficam horas sem energia e em alguns casos, até mais de 24 horas.
As consequencias não se restringem ao desconforto da falta de energia, mas traz também prejuízos à população e ao comércio em geral. Equipamentos eletrônicos por mais potentes que sejam não resistem a tais “picos” de energia. A Ceron até se prontifica a fazer vistoria e laudo dos equipamentos e caso se comprove que a causa do “estrago” foi mesmo de queda de energia elétrica, poderá restituir o prejuízo ao consumidor. Situação que pode levar meses pra resolver. Muitos casos vão parar na justiça e a demora ainda pode ser maior.
Admilson Guizolfe está entre as dezenas de vítimas pelo estado a fora. Ele teve dois computadores queimados há cerca de um ano em um dos tais “picos ” e até hoje não foi indenizado pelos prejuízos. “Tive que acionar a justiça mais até agora o processo não foi julgado”, afirma.
Outra vítima mais recente é Wilson Batista dos Santos (Douglas), morador do setor 15. Durante uma chuva no dia 20 de outubro, a rede próxima a suas residência fechou um forte circuito chegando a pego fogo, detonando vários equipamentos de sua casa. Entre eles, uma televisão, um aparelho de som, um DVD e o receptor da parabólica. “Procurei a Ceron que fez uma vistoria nos equipamentos mas já se passaram quase dois meses e nem reposta da empresa eu tenho se vão ou não me restituir o prejuízo”, diz.
Douglas acrescenta ainda que “seu vizinho Darci também teve equipamentos queimados, mas nem se deu ao trabalho de reclamar já que a demora tira a paciência de qualquer cristão”.


Prejuízos também para o comércio
Os prejuízos não param por ai. Eles atingem até o comércio local. “São vários os problemas”, comenta um consumidor que prefere preservar a identidade por ser comerciante. “ Nestas horas, as operadoras de telefonia, saem do ar, consequentemente as provedoras de internet também. E o comerciante que trabalha com frios e bebidas, perde vendas e mercadorias. Isto acontece de forma constante quando ficamos horas sem energia. O pior ainda é quando queima uma geladeira e freezer e a gente não tem condições de comprar outra pra substituir e nem previsão de receber indenização para repor o seu eletrodoméstico, contabilizamos prejuízo muito maior ainda”, fala desabafa indgnada outra vítima.
Os consumidores reclamam ainda da falta de canal de comunicação com a empresa neste momento. Acontece que a central de atendimento, (o tal call Center) da empresa fica no Rio de Janeiro dificultando a interação entre atendentes e consumidores. Por haver chamadas de todo o estado, o sistema parece ficar congestionado, porque muitas vezes as pessoas ligam e o telefone emite apenas o sinal de chamada ou cai no atendimento eletrônico, ou talvez eles ignoram as ligações.
A promotoria de justiça já abriu Inquérito Civil Público, segundo matéria publicada recentemente no site oficial do Ministério Público de Rondônia para apurar os fatos. Em sua defesa a empresa concessionária alega que as ligações clandestinas são as principais causas destas quedas porque sobrecarregam as redes elétricas.
Se estas clandestinidades existem de fato, a Ceron precisa cumprir o seu papel e tomar as medidas cabíveis, porque não é justo que os inocentes paguem pelos pecadores. E senão é esta a realidade, que o Ministério Público exija a prestação dos serviços de qualidade conforme prevê a Lei e os direitos do consumidor. A população espera ansiosa pelo desfecho da questão.

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